YD Comunicação - 14/05/2021
A enfermeira Raquel Pan participa ativamente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Pela primeira vez na diretoria, ela é vice-diretora científica e participa de dois comitês da Sociedade, de Enfermagem e de Prevenção, além de auxiliar na reestruturação da Revista Brasileira de Queimaduras (RBQ). Também integra o Comitê de Prevenção e de Educação da International Society for Burns Injuries (ISBI).
“Acho fundamental essa abertura da diretoria da SBQ para equipe multiprofissional e ter membros que têm envolvimento internacional. Isto facilita a troca de conhecimentos e experiências”, conta Raquel.
Membra da SBQ há nove anos, a profissional diz que se associou para ter maior proximidade com profissionais e pesquisadores da área de queimaduras ao redor do Brasil. Além de acesso a materiais, as discussões para aprimoramento profissional e desconto no Congresso Brasileiro de Queimaduras e em outras atividades. “Acredito ser importante fazer parte de um grupo que luta por uma causa que afeta a vida de tantas pessoas”.
Raquel é professora efetiva, responsável pela disciplina de pediatria da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Ela conta que não existe um Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ), em Uberaba, mas o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM/Ebserh) é referência em atendimento de alta complexidade para 27 municípios da macrorregião do Triângulo Sul de Minas Gerais.
“Reforço para meus alunos e para os profissionais de saúde que podemos atender um paciente que sofreu queimaduras nos mais diferentes locais, por isso precisamos de conhecimento técnico-científico e capacitação para realizar esse atendimento da melhor forma possível com os recursos que temos”, frisa.
A enfermeira estuda queimaduras desde 2010. Após se formar pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP), foi apoio técnico à pesquisa da professora Lídia Aparecida Rossi, uma referência na área de queimaduras. “Fui conhecer o Centro de Tratamento de Queimaduras (CTQ-HCFMRP/USP) para uma pesquisa dela e, após aproximação da mãe de uma criança pequena que ficou conversando comigo, decidi mudar meu foco de trabalho e estudo, que até então era a oncologia pediátrica. Escrevi um projeto de doutorado em 15 dias, submeti e fui aprovada no Programa Interunidades de Doutoramento em Enfermagem (EE-EERP/USP) e, desde então, não parei mais de estudar a temática”, lembra.
A tese intitulada “Significados da reinserção escolar de crianças vítimas de queimaduras: um estudo etnográfico” foi premiada. Em 2012 e 2014, recebeu dois primeiros prêmios Elizabeth Greenfield da SBQ; em 2015, ganhou o prêmio de melhor apresentação oral no 16th EBA Congress, em Hanôver.
Em 2016, mais dois prêmios, Young Investigator Prize e Baskent University Nursing Award, no 18th ISBI Congress, em Miami. “Fui a primeira enfermeira brasileira a receber, pois o trabalho trouxe benefícios para as crianças sobreviventes de queimaduras e a rede social envolvida”.
Em 2014, Raquel Pan fez o doutorado Sanduíche na Holanda, na Utrecht University. Além de conhecer os CTQs de lá, bem como o EuroSkinBank, pôde realizar atendimentos semanalmente nos CTQs em Roterdã.