Comitê de fisioterapia da SBQ realiza live

YD Comunicação - 26/11/2020

Encontro contou com a experiência profissional de três fisioterapeutas que falaram sobre o atendimento a pacientes queimados

A live realizada na noite desta quarta-feira (25), no instagram da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), foi marcada pelo encontro entre os fisioterapeutas e integrantes do Comitê de Fisioterapia da SBQ, Juliano Tibola, Denise Rabelo e Helena Caetano. Eles falaram sobre as perspectivas atuais e futuras do fisioterapeuta no tratamento das queimaduras. 

No primeiro momento, Juliano Tibola e Helena Caetano debateram a importância do fisioterapeuta na sala de emergência dos hospitais. Ela ressaltou que a recomendação de que as Unidades de Tratamento de Queimados (UTQs) tenham o profissional pelo menos 24 horas ainda não é uma realidade no Brasil.  Somente os hospitais dos grandes centros, onde se tem residência, tem essa realidade. “É trabalho de formiguinha deixar o fisioterapeuta na sala de emergência 24h, mas está acontecendo. Apesar de estar longe da quantidade ideal”, afirma.

Sobre o atendimento na emergência, Helena destacou que na chegada do paciente, a preocupação do fisioterapeuta é estar atento às vias aéreas ou trauma térmico direto de vias aéreas superiores e ao posicionamento do paciente, que deve estar com os membros elevados. Ela ressaltou que uma equipe treinada é fundamental para que o paciente tenha uma chance de um prognóstico futuro.

Helena falou, ainda, sobre como lidar com o paciente queimado no hospital e as barreiras para tirá-lo do leito e mobilizar, como a dor, os acessos invasivos, troca até duas vezes por dia, uso de infusão do medicamento. “Quanto mais tempo restrito ao leito, piores as sequelas e maior vai ser a mortalidade. No universo das queimaduras cada paciente é único”, destaca.

Perguntada sobre a dor do paciente queimado, Helena explicou a diferença da analgesia e da sedação e destacou que o paciente precisa ser reavaliado dia após dia, porque cada um responde a dor de um jeito. “Traçar uma estratégia para que ele não sinta dor, mas também não fique chumbado. Para que a gente consiga progredir todo dia sem dar passos para trás”, destacou.

No segundo momento, Juliano e Denise falaram sobre o tratamento de queimados na enfermaria. Segundo ela, nesse momento, o fisioterapeuta pensa em função e avalia alguns aspectos que possam mostrar o risco de algumas contraturas. Como menos fatores atrapalham, diferente da UTI, é possível pensar melhor em uma mobilização precoce, medida que ajuda a evitar uma série de complicações e deformidade em algumas articulações.

Denise também falou sobre pacientes com enxertos e quando há ou não a necessidade de fazer o procedimento. Falou, ainda, sobre o repouso após o procedimento e destacou os membros que demandam mais atenção após a cirurgia. “Em dez anos, a conduta mudou bastante. O protocolo tem evoluído muito, com base, inclusive, nessa experiência multiprofissional”.

Durante a live, os profissionais responderam perguntas e deram dicas para fisioterapeutas se aperfeiçoarem no tratamento de pacientes queimados. Tibola lembrou das pequenas lesões de queimaduras, que também merecem atenção. Ele falou sobre alguns tratamentos e lembrou que a fotobiomodulação é o que há de mais moderno e tem apresentado melhores resultados no tratamento.

Projetos – Juliano Tibola, Helena Caetano e Denise Rabelo falaram sobre a importância do projeto Trilha do Conhecimento da SBQ. Eles são autores do artigo intitulado Reabilitação multiprofissional em grande queimado. O material trata a reabilitação do queimado desde a admissão na emergência até o momento que sai do hospital e vai para o tratamento ambulatorial. “Cada um trabalhando na sua área de maior experiência. O resultado da construção conjunta ficou muito enriquecedor”, destacou Helena. 

Os profissionais falaram sobre a Revista Brasileira de Queimaduras (RBQ) e convidaram os fisioterapeutas a enviar artigos para a revista. Denise deixou um canal aberto para os colegas fisioterapeutas enviarem sugestões e demandas para o Comitê.

Juliano contou que vem novidade para 2021. Será um curso de capacitação para fisioterapeutas. “Vai ser bem bacana e vai movimentar quem quer estudar mais um pouquinho”, afirmou.   

Para quem não conseguiu assistir ou quer rever a live, a gravação está disponível no IGTV do instagram da SBQ. 

Outras Notícias

Maria Leonor Paiva, segunda vez presidente da SBQ RN

Nova edição da Revista Brasileira de Queimaduras já pode ser acessada

Luana Gaspar foi vítima de um fio desencapado que quase lhe custou a vida

ISBI abre chamada para programa de avaliação de centros de queimados

CampSamba 2025 reuniu 15 crianças vítimas de queimaduras em Pernambuco

Queimaduras entre crianças: um risco subestimado e frequente

SBQ e Cofen conversam sobre Linha de Cuidados em Queimaduras

No Dia da Secretária, SBQ reconhece a importância da atuação de Loraine Derewlany, secretária executiva da entidade

Membrana amniótica já compõe Política Nacional de Doação e Transplantes criada pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (26)

SBQ participa de Movimento pela Curricularização dos Conteúdos sobre Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos

Fernanda Gazola: “a vida de um sobrevivente de queimaduras é recomeçar todos os dias”

Painel sobre uso da membrana amniótica em pacientes queimados rende elogios

Fala, presidente: Wandressa Nascimento preside a SBQ SE

SBQ e Fundação Ecarta se unem para dar visibilidade à campanha de doação de pele e de membrana amniótica

Porque é tão importante cuidar da saúde mental das vítimas de queimaduras?

SIG Queimaduras completa sete anos com muitos motivos para comemorar

Assembleia aprova nomes para o conselho fiscal da SBQ e o início da elaboração de um compliance

Dia do voluntariado: a importância de doar tempo, talento e amor a quem precisa

Eu venci: Suzana Batista foi vítima da negligência aos 7 anos de idade

Representantes da SBQ darão treinamento para atendimento em queimaduras em Minas Gerais