A realidade dos CTQs pelo Brasil - Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus

YD Comunicação - 28/01/2022

A Unidade de Tratamento a Queimados do Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, foi profundamente afetada com a pandemia de Covid-19. Desfalque na equipe, troca de espaço e projetos paralisados foram algumas das consequência.

Confira a íntegra da entrevista com o chefe da unidade, o cirurgião plástico e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Joir Oliveira Júnior.

Como é a estrutura do CTQ, tanto física quanto de profissionais?

Originalmente, tem a estrutura de uma enfermaria de 21 leitos, sendo 15 adultos e seis pediátricos. Porém, na primeira onda do covid, nós tivemos que sair da enfermaria e fomos para uma menor, porque a cidade em que estamos tem altos índices de contaminação e internamento e como é hospital estadual, ficou sendo a referência da região. Retornamos à antiga estrutura este ano, mas com o avanço do Omicron, precisamos voltar para a enfermaria menor.

E em questão de profissionais, temos dois cirurgiões plásticos, eu e meu adjunto. Temos dois dias de cirurgia plástico e fazemos orientação remota nos dias em que não estamos lá. O primeiro atendimento ao queimado é feito pela equipe de plantão da cirurgia geral.

Quais as maiores dificuldades encontradas?

Não temos cirurgião plástico em todos os dias da semana. Com isso, o pessoal faz o primeiro atendimento, encaminha para UTQ e os pacientes ficam à espera do dia que tem cirurgia para avaliar e fazer cirurgia. Outra dificuldade é que não temos a equipe multiprofissional fixa exclusiva, usamos os profissionais do hospital. Também temos dificuldade de material e equipamentos.

A própria equipe de enfermagem a gente conseguiu no início, quando entrei em 2019, manter escala fixa para seguir os protocolos, já habituados à demanda de troca de curativo, perdemos por conta da pandemia, pois tivemos de realocar os profissionais. Isso é dificuldade porque muita gente sem experiência com queimado teve que cobrir a escala porque profissionais foram deslocados para outras áreas.

Não temos UTI própria de queimados, quando um precisa, regulamos para unidade de alta complexidade em Salvador.

O que mudou com a pandemia?

Fomos para uma enfermaria menor no ano passado e então a gente perdeu muito na questão do espaço. As visitas multidisciplinares que foram implementadas em 2019 e agora não tem mais. Ano passado tivemos problemas com curativos que já foram normalizados.  Chegamos em 2019 com projeto de renovar o CTQ, implementar os protocolos, conseguimos até cadastro no Ministério da Saúde, mas com a pandemia desorganizou tudo.

Desde que entrou, conseguiu implementar algum projeto, mudar algum protocolo, enfim, fazer alguma alteração positiva no centro?

Desde que cheguei, consegui implementar o protocolo de atendimento ao queimado, desde o atendimento inicial até os fluxos de internamento. Conseguimos implementar o pessoal da UFRB, colocar os alunos para fazer rodízios no internato, grupo de pesquisa, e aí a gente começou até a fazer alguns trabalhos. Apresentamos no último congresso de queimaduras três trabalhos do nosso centro e submetemos à Revista de Cirurgia Plástica. Mas a cidade e o hospital foram muito afetados com a pandemia e estamos voltando às mesmas dificuldades.

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