Sobreviva: 350 pessoas já passaram pelo atendimento da ONG

- 30/09/2019

Cerca de um milhão de brasileiros são vítimas de algum tipo de queimadura todos os anos. A estimativa é da SBQ (Sociedade Brasileira de Queimaduras) e o número pode ser ainda maior, pois em diversas cidades não existe uma unidade que trate exclusivamente de queimados – e isso dificulta o levantamento. O tratamento, a prevenção e a educação são as principais bandeiras levantadas pela instituição, que consegue realizar seu trabalho com o apoio de ONGs que, muitas vezes, realizam o papel dos órgãos públicos. A Sobreviva, de Anápolis/GO, é uma delas – que mantém uma casa de passagem com capacidade para atender até 20 pessoas com uma equipe multidisciplinar e une esforços junto da SBQ para a realização do CNNAQ (Curso Nacional de Normatização de Atendimento ao Queimado). Desde 2016, quando ganhou vida, a ONG já atendeu mais de 350 pessoas. Em pouco tempo, a entidade fez a diferença na vida de muita gente. Criada pela professora Tatiane Félix da Silva Oliveira – que foi vítima de queimaduras aos dois anos de idade e já passou por 11 cirurgias com a implantação de expansores de pele – a Sobreviva atua, principalmente, na recuperação de pacientes na sua maioria de fora da cidade, e até do estado, que estão em tratamento, assim como incentiva o voluntariado e realiza palestras de conscientização para crianças nas escolas municipais. Com uma equipe composta por vários voluntários. “Estamos no terceiro curso de formação de voluntários e me sinto privilegiada por desenvolver um trabalho assim. É só o início. Buscamos garra e defendemos os usuários, sou somente uma mentora para auxiliar e encaminhar essas pessoas”, ressalta. Como começou  Em um cômodo pequeno e alugado com o dinheiro do próprio bolso, Tatiane fundou a Sobreviva. “De lá para cá começamos a promover a prevenção, a educação e investir em políticas públicas. Este ano, conseguimos uma parceria com a prefeitura – que ajuda a custear despesas básicas, como água, luz e aluguel – e já temos bons resultados na redução de acidentes domésticos”, comenta. A presidente da ONG comemora a conquista de uma cadeira no Conselho Municipal de Saúde e chegou até a Conferência de Saúde da Mulher, a única neste momento em defesa ao mantimento do tratamento do paciente queimado. Apesar da parceria, a conta ainda não fecha. Há um déficit de cerca de R$ 2 mil todos os meses que são superados com a venda de rifas, participação em eventos e ajuda de cidadãos comuns. Segundo Tatiane, o trabalho da Sobreviva não é hospitalar, mas tem autonomia para o acolhimento ambulatorial para o paciente queimado. “Conseguimos parcerias com clínicas locais para suprir nossa demanda, para a doação de medicamentos, malhas compressivas e até cestas básicas”, relata. Em muitos casos, como o de Tatiane, o tratamento de uma pessoa queimada pode durar a vida inteira. Por este motivo, além do atendimento ao paciente, a família também é preparada para recebê-lo. Segundo o presidente da SBQ, Dr. José Adorno, através desta liderança local, são discutidas diferentes frentes, como o apoio financeiro para capacitação, participação do conselho municipal de saúde, da prefeitura, de lideranças políticas, secretaria de saúde, entre outros órgãos. “As ONGs têm um papel extremamente importante, elas motivam as comunidades, acolhem e orientam os pacientes, além de nos ajudar no conhecimento da causa e, principalmente, na prevenção”, conclui.

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