O País está mais próximo de poder usar membrana amniótica no tratamento de queimaduras

YD Comunicação - 23/12/2020

CFM deu parecer favorável para que ela seja incluída no rol dos tecidos transplantados

O Brasil deu mais um importante passo para a autorização e regulamentação do uso de membrana amniótica no tratamento de pacientes queimados, entre outros. O Conselho Federal de Medicina deu parecer favorável, em 21 de dezembro, para que o tecido seja incluído no rol de órgãos e tecidos de transplantes. Após a avaliação do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), a membrana amniótica deverá seguir a mesma legislação dos demais órgãos.

“O Banco de Tecidos do Rio Grande do Sul, em conjunto com os outros bancos do Brasil, realizou um esforço incalculável para a utilização da membrana amniótica em casos clínicos relevantes desde o acontecimento trágico da Boate Kiss, em janeiro de 2013. Nesta ocasião, recebemos pele humana e membrana amniótica para o tratamento das vítimas”, conta o cirurgião plástico Eduardo Chem, diretor do Banco de Tecidos da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) Regional do Rio Grande do Sul.

A membrana amniótica já é amplamente utilizada em outros países, como Estados Unidos e União Europeia, não somente em pacientes queimados, mas também em procedimentos oftalmológicos (queimadura química), neurocirurgia, malformações urogenitais, mediastinites, entre outros.

Segundo o presidente da SBQ nacional, José Adorno, paralelamente à ação institucional do parecer aprovando o uso clínico, no próximo ano também será iniciada uma pesquisa que colabora com definições clínicas e indicações de protocolo de  uso da membrana no paciente queimado. “Será um estudo multicêntrico, formado pelos bancos de tecido e SBQ, com financiamento pelo SNT. Participarão do projeto piloto cinco centros, com feridas escolhidas pelo projeto”, explica. 

Segundo José Adorno, a membrana amniótica tem sido proposta como alternativa para tratamento de queimaduras, no mundo, desde o início do Século XX. No Brasil, há muitos anos têm sido direcionados esforços para sua aprovação. “Por ser alternativa mais econômica e de fácil obtenção, pode auxiliar na escassez de pele humana para fins semelhantes, utilizando o mesmo processo de armazenamento dos Bancos de Tecidos já existentes no Brasil”. 

Eduardo Chem salienta as vantagens do método: a membrana amniótica tem se mostrado eficaz no tratamento de grandes perdas cutâneas e tem ganho espaço como um substituto dérmico promissor. “Os resultados bastantes satisfatórios obtidos na clínica, juntamente com a elevada disponibilidade, facilidade de aceitação da doação pelas gestantes e baixo custo de manipulação tem despertado o interesse na utilização estendida deste importante recurso biológico”, detalha.

Ele explica que, além de diminuir a dor no tratamento, facilita processos fisioterápicos de recuperação funcional dos pacientes. “Para países de baixo desenvolvimento e escassez de recursos, é um método de grande impacto para tratamento das queimaduras”, finaliza. 

 

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