SBQ e Colégio Brasileiro de Cirurgiões se unem em prol do atendimento a vitimas de queimaduras

- 28/08/2024

Na pauta, a extensão de uma especialização em atendimento a queimados para profissionais de cirurgia geral

A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) tem buscado maneiras de aumentar a quantidade de profissionais nos serviços de atendimento ao paciente queimado pelo país. Uma das formas discutidas pela entidade tem sido ampliar para o cirurgião geral a possibilidade de uma especialização que, atualmente, só existe para o cirurgião plástico. Isso já acontece em outros países. 

A sugestão ganhou endosso de uma entidade importante: o Colégio Brasileiro de Cirurgiões. O contato entre as duas instituições ocorreu por meio do representante interinstitucional da SBQ, José Adorno, que apresentou o trabalho que tem sido feito pela Sociedade durante um evento onde estava o diretor de publicações do CBC, Gerson Alves, o qual se encantou com o que viu. 

“E em junho desse ano eu estive em Belo Horizonte, no Hospital João XXIII e veio a dra. Kelly com a demanda do R4 para que seja não só da cirurgia plástica, mas da cirurgia geral”, relembra Gerson. Ele pediu que a vice-presidente da SBQ, então, escrevesse um texto, uma comunicação científica, que foi enviada à Associação Médica Brasileira para ouvir opiniões e facilitar a aprovação do pleito. 

Conforme descreve o presidente da SBQ, Marcus Barroso, o cirurgião geral desempenha um papel crucial no tratamento de pacientes vítimas de queimaduras, especialmente nos casos que requerem intervenção cirúrgica imediata para desbridamento, enxertos de pele e reconstrução. 

“A parceria entre o Colégio Brasileiro de Cirurgiões e a Sociedade Brasileira de Queimaduras fortalece essa atuação e abre uma nova possibilidade no Brasil de atuação para o cirurgião geral, promovendo a integração de conhecimentos, a formação contínua e a implementação de protocolos discutidos entre as duas sociedades”, frisa Barroso.

De acordo com José Adorno, está havendo um aumento no número de CTQs, o que justifica a necessidade de novas possibilidades para a formação de equipes. “Estamos convergindo ou incluindo mais discussões. Que a gente descentralize essa atribuição apenas do cirurgião plástico e a gente inclua também o cirurgião geral”, diz Adorno. 

Segundo Kelly de Araújo, essa aproximação trará benefícios para a linha do trauma na urgência e emergência, onde as queimaduras se inserem. “Ganharemos mais força e voz, dissertando a favor das melhores práticas na assistência de acordo com a ciência e levando a discussão das queimaduras dentro das políticas públicas com o apoio de duas sociedades fortes e sérias”, diz.

Em novembro, as duas entidades devem se unir em um evento no Rio de Janeiro para falar sobre a linha de cuidado de queimaduras no Brasil, mesmo tema a ser trado no XIV Congresso Brasileiro de Queimaduras, em setembro deste ano. 

Titulares – Também como fruto dessa aproximação, no início de agosto, cinco membros da SBQ tornaram-se titulares do CBC: José Adorno, Kelly de Araujo, Marcus Barroso, Roberto Mendes Ferreira e Alfredo Gragnani Filho.

Para o cirurgião geral Roberto Ferreira, a aliança entre a SBQ e o CBC abre um importante diálogo interinstitucional que favorece e fortalece as principais frentes para o aprimoramento dos protocolos de assistência e condutas no cuidado com as queimaduras. “Esse passo é fundamental para a reaproximação das especialidades de modo a concluirmos que uma completa a outra e nunca serão concorrentes. Essa convicção resulta na melhoria da assistência e também contribui para que os limites que se completam no “topo do desfecho clínico” sejam aprimorados horizontalmente”, ressalta. 


Alfredo Gragnani Filho destaca a importância de toda essa discussão que vai ser feita somando as forças das duas entidades. “O Dr. Adorno me convidou para estar nessa força de trabalho para que no Ministério da Saúde exista a discussão do atendimento dos queimados em rede, referenciada com níveis nacionais/regionais e locais, assim como as classificações das queimaduras e os níveis de alta, média e baixa complexidade das unidades de tratamento”, conta ele, dizendo que retornou ao CBC depois de anos longe, o que considera uma grande alegria. 

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