Fala, Presidente! com Ariosto da Silva Santos Filho SBQ/ES

YD Comunicação - 12/02/2021

O presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ) da regional Espírito Santo, o cirurgião plástico Ariosto da Silva Santos Filho, almeja que o Estado sedie um Congresso Brasileiro de Queimaduras (CBQ), assim que a pandemia do coronavírus for controlada. 

Ariosto ocupa, pela segunda vez, a presidência da regional. O médico já foi secretário, tesoureiro e diretor científico em outras gestões. Atualmente, também preside a regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Como o senhor iniciou o atendimento a pacientes queimados?

Há 40 anos, quando comecei minha residência de cirurgia geral na Santa Casa do Rio de Janeiro. Consegui estágio não remunerado para trabalhar todo domingo, durante 24 horas, no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital do Andaraí. Nesta época, o cirurgião plástico que ficava no plantão do Andaraí era o Abraão Schumaker, que também era chefe do serviço de cirurgia plástica do Souza Aguiar, e eu participei no tratamento dos primeiros queimados que lá internaram.

Ao iniciar minha residência em cirurgia plástica na Clínica Fluminense de Cirurgia Plástica, no primeiro dia fui alocado para o setor de queimados, que era referência para pacientes queimados na região.

Ao retornar para Vitória, em 1984, eu assumi como cirurgião plástico no Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).  Só havia um CTQ para pacientes infantis em Vitória, iniciei uma unidade de tratamento de queimados no Hospital Universitário para adultos, onde me foram cedidas duas enfermarias e instalada uma sala de banho onde chegamos a ter oito pacientes internados. Após um ano e meio, o Estado criou um centro de queimados para adultos e foi desativada a unidade.

Em 2001, eu e meu sócio, doutor Davi Mollo Machado, criamos um CTQ no Vitória Apart Hospital, para atendimento de particulares e convênios. O Centro existe até hoje e sou o chefe e coordenador dos serviços.

Quais são os maiores desafios na região no atendimento a queimados?

Em Vitória, temos três CTQs, sendo dois públicos e um privado. Acho que há necessidade de maior interação dos serviços. Assim como mais engajamento e participação dos membros através da Sociedade Brasileira de Queimaduras.

O que pretende fazer pelo seu estado enquanto presidente da SBQ regional?

Há algum tempo realizamos um Curso Nacional de Normatização de Atendimento ao Queimado (CNNAQ). Em 2020, estava programado, para antes do Congresso em Natal, um novo curso com a nova formatação que seria realizado em um Centro de Simulações, que não ocorreu devido à pandemia.

Já estamos planejando e almejando o privilégio do nosso Estado sediar um Congresso Brasileiro. Este pleito será feito assim que o processo pandêmico se estabilizar e permitir a realização de eventos científicos presenciais. Já temos bastante expertise e acredito que nosso Estado apresenta condições ideais para isto ocorrer por sua excelente logística, localização, beleza natural e qualidade de vida e isto geraria mais união e envolvimento dos membros de nossa regional.

Realizo esta gestão com muito carinho, empenho e amor, pois tenho uma longa história de relacionamento com os queimados e sei o quanto eles necessitam de um atendimento humanizado, envolvimento e dedicação.